O ex-assessor do ministro Alexandre de Moraes no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Eduardo Tagliaferro comemorou nesta quarta-feira (30) a aplicação da Lei Magnitsky pelo governo dos Estados Unidos contra seu ex-chefe.
O perito chefiou, entre agosto de 2022 e maio de 2023, a Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação (AEED).
Tagliaferro conversou com o jornalista Allan dos Santos durante o programa Conversa Timeline, no YouTube, após o anúncio da sanção. “Sou um dos perseguidos também. Ainda não fui denunciado, mas provavelmente a partir de hoje, eu serei denunciado”, disse o ex-assessor.
Ele afirmou que saiu do país, mas não revelou onde está. Santos destacou que espera que Tagliaferro vá para os Estados Unidos em breve.
Segundo ele, as provas documentais seriam relacionadas às eleições de 2022. Ele disse ainda que os documentos estão sob sua guarda e que a divulgação ocorrerá assim que ele garantir a segurança de sua família.
Antes disso, em abril de 2025, o conteúdo de uma série de mensagens de Tagliaferro foi divulgado, com exclusividade, pela Gazeta do Povo.
Nelas, ele já havia expressado o desejo de contar o que viu: “Mas antes de eu morrer/ Tenho que contar tudo de Brasília/ Só falta isso/ O resto, mesmo eu sofrendo, já coloquei cada um no seu lugar”, escreveu em 31 de março de 2024.
As mensagens revelavam, em especial, que Tagliaferro tinha medo do ex-chefe. “Se eu falar algo, o Ministro me mata ou me prende”, escreveu o perito, em 31 de março de 2024, para a sua esposa, numa mensagem de WhatsApp.
O conteúdo apontava o suposto uso da estrutura da Corte Eleitoral por Moraes, na época em que era presidente do TSE, para embasar relatórios dos quais era relator no STF.
Outra reportagem publicada pela Gazeta do Povo mostrou que mensagens de WhatsApp até então inéditas revelaram uma conversa por videochamada dele com o jornalista Oswaldo Eustáquio.
Numa conversa entre os dois, divulgada no fim de março pelo jornalista português Sérgio Tavares, Eustáquio sugeriu a Tagliaferro meios de se manter fora do Brasil.
Já o perito mencionou a preocupação com o sustento de sua família. Oswaldo Eustáquio deixou o Brasil para buscar asilo político na Espanha alegando perseguição por parte de Moraes.
Com informações da Gazeta do Povo