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Não se tornar um alvo - A missão de Tarcísio
Publicado em 18/07/2025 06:24
Política

Após reforçar acenos à direita nas últimas semanas, o governador de São Paulo, Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos), enfrenta pressões dentro desse espectro político ao mesmo tempo em que busca manter bom trânsito no Supremo Tribunal Federal (STF).

A difícil missão do governador paulista passa pelo campo da diplomacia interna, ou seja, ao mesmo tempo que precisa manter os seus ideais de conservador como objetivo, tem que enganar o sistema, para não sofrer uma perseguição que inviabilize a sua atuação política e até mesmo uma futura candidatura à presidência da República. 

Não são poucos os políticos de direita que anunciaram seus projetos eleitorais, e que acabaram entrando na mira dos perseguidores dos tribunais de plantão, que trabaham abertamente para favorecer a esquerda.

As críticas de Eduardo Bolsonaro (PL-SP) à negociação do governo paulista para tentar reduzir as tarifas dos Estados Unidos sobre produtos brasileiros expuseram as dificuldades de Tarcísio em se consolidar como herdeiro político do ex-presidente enquanto tenta atrair eleitores de centro-direita que não se identificam com ele.

Desde a manifestação na Avenida Paulista, em 29 de junho, o governador de São Paulo intensificou as defesas públicas de Jair Bolsonaro e afirmou que “não há democracia quando se retira uma pessoa das urnas”.

Na semana passada, responsabilizou a política externa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pela taxação de 50% imposta pelos Estados Unidos a produtos brasileiros. “Lula colocou sua ideologia acima da economia, e esse é o resultado”, disse Tarcísio em publicação no X.

Mas, na segunda-feira (14), sinalizou para uma direita não necessariamente entusiasta de Bolsonaro ao receber empresários paulistas no Palácio dos Bandeirantes e prometer “diálogo firme” com os EUA para tentar reduzir os impactos das tarifas, movimento visto por aliados como uma tentativa de demonstrar pragmatismo e defesa do setor produtivo.

No entanto, a iniciativa de tentar o diálogo com Washington irritou Eduardo Bolsonaro, que classificou a negociação como “um desrespeito” e “um erro” do governador. Eduardo quer concentrar as negociações porque está nos Estados Unidos e afirma ter contato direto com a Casa Branca.

Depois disso, Eduardo e Tarcísio já conversaram e acabram chegando a um acordo sobre como devem sert as ações de cada um em relação a articulação política.

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