De um dia para o outro, bastou a caneta de Donald Trump para provocar uma reviravolta no discurso da base petista. A taxação de 50% sobre todos os produtos brasileiros, anunciada pelo presidente americano, fez petistas assumirem pseudo postura nacionalista, empunharem a bandeira do Brasil e se posicionarem contra tarifas — uma contradição explícita diante da política econômica do próprio governo Lula, comandada por Fernando Haddad, marcada por sucessivos aumentos de impostos e criação de novas taxações.
A súbita mudança de tom surpreendeu até integrantes do Congresso. Setores do PT que há poucos dias defendiam o aumento do Imposto de Renda, a reoneração da folha, a taxação de aplicativos, apostas, fundos, bancos e empresas, agora protestam contra o “tarifaço” dos EUA, usando termos como “injustiça comercial” e “ataque à soberania”.
A crítica às tarifas, quando vêm de Washington, contradiz com o silêncio — ou até aplauso — em relação às medidas adotadas por Haddad em Brasília.
O ministro da Fazenda vem acumulando uma série de iniciativas para ampliar a arrecadação, com impactos diretos sobre consumo, investimento, renda e produção. Mas essas, segundo a base governista, seriam “necessárias” para manter a “justiça fiscal”.
A diferença agora é que a cobrança vem de fora — e, sobretudo, de Trump. A motivação política do confronto parece pesar mais que a coerência econômica.
Ao mirar os Estados Unidos, o PT tenta inverter o roteiro: se no Brasil o aumento de impostos é visto como virtude, quando parte do exterior, torna-se crime de lesa-pátria.
Com informações do Conexão Política