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Em má companhia - Brasil no eixo do mal
Publicado em 07/07/2025 10:41
Política

Por Karina Michelin

Durante a cúpula do BRICS, Lula voltou a defender abertamente o abandono do dólar nas transações internacionais. Segundo ele, “ou deixamos o dólar para trás, ou encerraremos o século XXI como começamos o XX”. A frase vazia, revela mais sobre os delírios ideológicos do que sobre qualquer estratégia econômica séria.

Lula finge ignorar que mais de 90% do comércio global ainda é feito em dólar e que o Brasil, mesmo dentro do BRICS, tem uma das moedas mais instáveis do grupo. Fala em romper com a hegemonia americana, mas oferece como alternativa uma moeda lastreada em quê?

No rublo de Putin? No yuan de Xi, um regime que controla cada passo do capital? Ou no real, corroído por décadas de irresponsabilidade fiscal?

A verdade é que o BRICS nunca foi um bloco coeso. Une países com interesses conflitantes, sistemas políticos divergentes e prioridades geopolíticas incompatíveis.

A China quer expandir sua influência, a Rússia busca driblar sanções, a Índia mantém laços com o Ocidente, a África do Sul tenta sobreviver à sua própria crise interna, e o Brasil… oscila entre o populismo regional e os devaneios antiamericanos de Lula.

Essa narrativa de “desdolarização” serve, na prática, para alimentar o discurso de enfrentamento contra o Ocidente, mascarando as verdadeiras intenções do BRICS: criar um polo alternativo de poder geopolítico onde regimes autoritários possam operar sem a vigilância das democracias liberais.

É menos sobre justiça econômica e mais sobre poder político - concentrado, fechado, e imune à crítica.

Donald Trump respondeu aos devaneios de Lula:

“Qualquer país que se alinhar com as políticas antiamericanas do BRICS será taxado com uma tarifa adicional de 10%. Não haverá exceções.”

Na prática, o Brasil - que já paga 10% - passará a pagar 20% em tarifas sobre exportações para os Estados Unidos, nosso segundo maior parceiro comercial. Uma medida que visa proteger os interesses americanos, mas que tem impacto direto no bolso do produtor brasileiro, do agronegócio, da indústria e do trabalhador comum.

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