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A missão de Israel - Verdades sobre a guerra
Publicado em 16/06/2025 17:53
Internacional

O conflito entre Israel e Irã se intensificou no domingo com novas ondas de ataques aéreos e lançamentos de mísseis de lado a lado, elevando para quase 240 o número de mortos, com quase 1.500 feridos.

A maior parte das baixas é do lado iraniano. No total, o Ministério da Saúde do país confirmou 224 mortos e 1.257 feridos. Em Israel, o número de mortos chegou a 14, com cerca de 100 feridos.

Os ataques israelenses atingiram a sede do Ministério das Relações Exteriores, o Comando da Polícia da capital e várias áreas residenciais em Teerã. Infraestruturas militares, de energia e plantas nucleares foram destruídas. Cinco carros-bomba explodiram em Teerã, segundo a agência estatal iraniana IRNA. O temor de desabastecimento provocou longas filas em postos de combustíveis em Teerã.

Pelo menos dez generais do exército iraniano e 14 cientistas do programa nuclear do Irã já foram mortos por Israel, segundo informações divulgadas oficialmente pelo Irã ou apuradas por veículos como o jornal "The New York Times" e a agência Reuters.

Neste domingo (15), o chefe do setor de inteligência da Guarda Revolucionária do Irã, Mohamad Kazemi, e outros dois oficiais, Hassan Mohaqeq e Mohsen Bagheri, foram mortos em Teerã, em um bombardeio israelense, segundo informações da agência de notícias iraniana IRNA.

As mortes de Kazemi e Mohaqeq haviam sido anunciadas horas antes pelo primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu. "Momentos atrás, pegamos o chefe da inteligência e seu vice em Teerã, porque agora nossos pilotos estão sobrevoando os céus (da cidade) e estamos atacando instalações militares e nucleares", declarou Netanyahu em uma entrevista por videoconferência à "Fox News".

 presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disse neste domingo (15) que Israel “tem o direito de se defender” contra o Irã, principal fonte de instabilidade regional que “jamais poderá adquirir uma arma nuclear”.

Von der Leyen relatou pela plataforma X que conversou com o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu para se inteirar dos acontecimentos no Oriente Médio, “com profunda preocupação”. “Eu reiterei nosso comprometimento com a paz, estabilidade e esforços diplomáticos que levem a um descalonamento do conflito”.

“Nesse contexto”, afirmou Van der Leyen, “Eu sublinhei que Israel tem o direito de se defender. O Irã é a principal fonte de instabilidade regional. A Europa sempre foi clara: O Irã jamais de adquirir uma arma nuclear. Há necessidade urgente de uma solução negociada”.

A política alemã lembrou que a União Europeia tem repetidamente alertado sobre os programas balísticos e nucleares do Irã - os mesmos mísseis que causam destruição não somente em Israel, como também na Ucrânia.

Relatou ter discutido com Netanyahu também a situação em Gaza, que, segundo ela, “é inaceitável”. “Reiteramos nosso apelo urgente para permitir que toda a ajuda humanitária chegue aos civis em necessidade, imediatamente”.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, subiu o tom contra o Irã neste domingo (15), afirmando que qualquer ofensiva iraniana contra o território americano será respondida com força inédita.

“Se o Irã atacar os Estados Unidos de qualquer forma, enfrentará o poderio militar americano em níveis nunca vistos antes”, declarou Trump em sua rede Truth Social.

O chefe da Casa Branca reiterou que os EUA “não tiveram nada a ver com um ataque ao Irã durante a noite” e afirmou que Washington está em posição de “facilmente fechar um acordo entre Irã e Israel e acabar com esse conflito sangrento”. Trump também reforçou seu apoio irrestrito a Israel e advertiu Teerã: “O Irã pode evitar mais destruição se aceitar um novo acordo nuclear”.

Ao mesmo tempo em que ameaça poderia sem precedentes se Irã atacar os EUA, Trump garante que em breve haverá paz entre Irã e Israel. "Irã e Israel devem chegar a um acordo, e eles chegarão a um acordo, assim como eu consegui que a Índia e o Paquistão fizessem. Em breve, haverá paz entre Israel e Irã! Muitas ligações e reuniões estão ocorrendo agora", escreveu o mandatário em sua plataforma Truth Social.

Ele também afirmou que sua liderança foi decisiva para evitar diversos conflitos internacionais durante seu primeiro mandato, citando como exemplo as tensões entre Índia e Paquistão, Sérvia e Kosovo, além da disputa entre Egito e Etiópia em torno do rio Nilo.

O ex-príncipe herdeiro iraniano Reza Pahlavi — filho do último xá do Irã, Mohammad Reza Pahlavi, deposto na Revolução Islâmica de 1979 — disse neste domingo (15), em entrevista à BBC, que os opositores do governo do país foram "revigorados" pelos ataques de Israel, que mataram altos líderes militares iranianos.

"A solução definitiva é uma mudança de regime, e agora temos uma oportunidade, porque este regime está em seu ponto mais fraco", disse ele, falando do exílio, nos Estados Unidos.

As declarações reforçam um comunicado divulgado por Pahlavi no sábado (14), em suas redes sociais, à população iraniana.

"Meus compatriotas, a República Islâmica e seus líderes incompetentes e criminosos arrastaram nosso Irã para a guerra e são responsáveis ​​pela situação atual", diz ele no pronunciamento, em vídeo.

"Após décadas de corrupção, incompetência e opressão, este regime encontra-se agora em seu estado mais frágil e fraco. No entanto, seu colapso final só pode ser alcançado pelas mãos poderosas da grande nação iraniana."

Ele convoca ainda a população civil a atos de resistência, como greves, para pressionar a derrubada do atual regime.

"O Irã pertence a vocês, e reconquistá-lo está em suas mãos. Cada ato de desafio de sua parte, incluindo não comparecer ao trabalho, trabalhar menos ou chegar atrasado, pode desferir um golpe eficaz na estrutura enfraquecida deste regime. Juntos, lado a lado, venceremos", afirma.

Com informações da Gazeta do Povo

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