Por Ana Maria Cemin
Mais de 100 gaúchos respondem na Justiça pelo 8 de janeiro. Muitos já foram condenados a penas severas — entre 14 e 17 anos.
Alguns deixaram o país para evitar a prisão, outros estão em prisão domiciliar e/ou aguardam o trânsito em julgado para serem recolhidos aos presídios.
Nesse momento, apenas um gaúcho cumpre pena em regime fechado: Eduardo Zeferino Englert, empresário de Santa Maria (RS), sentenciado pelo STF a 16 anos e meio de reclusão.
Englert foi detido no Palácio do Planalto durante as manifestações na Praça dos Três Poderes, onde foi abrigar-se devido aos ataques dos policiais que jogavam bombas desde helicópteros.
A defesa conseguiu provar que ele não participou dos acampamentos e chegou à capital somente na tarde daquele dia, como confirmou laudo da Polícia Federal baseado na geolocalização de seu celular.
Eduardo passou sete meses em prisão preventiva em Brasília até receber autorização para cumprir medida cautelar com tornozeleira eletrônica. Depois foi condenado e foi novamente para o cárcere.
Essa história é marcada por injustiças e teve mais um desfecho triste: foi negada a mudança de regime, mesmo após mais de dois anos e sete meses de privação de liberdade. Um revés humanitário que chama atenção pela gravidade.
Em decisão publicada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro Alexandre de Moraes indeferiu os pedidos da defesa de Eduardo Zeferino Englert (foto), um dos condenados pelos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023, que buscava remição da pena e progressão de regime.
Englert foi condenado a 16 anos e 6 meses de prisão, acusado por crimes como golpe de Estado, associação criminosa armada e dano ao patrimônio público, entre outros.
Preso inicialmente em flagrante no dia dos atos, obteve liberdade provisória em agosto de 2023, mas voltou à prisão em 2024 após o trânsito em julgado da condenação.