Por Karina Michelin
O Centro de Mídias da Educação de São Paulo (CMSP) determinou que estudantes do 9º ano – adolescentes de apenas 14 e 15 anos – produzam, logo após as férias de julho, uma redação no estilo ENEM com o tema: “Desafios para combater o negacionismo científico no Brasil”.
O material apresentado aos alunos está longe de ser neutro. Os textos motivadores têm forte carga ideológica, associam “negacionismo” a fake news, antivacina e pandemia de Covid-19 e exigem que adolescentes escrevam um texto dissertativo-argumentativo opinativo.
Nessa idade, eles ainda não possuem base histórica, filosófica ou científica para opinar com autonomia. O resultado é uma pauta política travestida de “ciência”, que transforma a redação escolar em instrumento de doutrinação.
O mais grave é que crianças e adolescentes são altamente suscetíveis à manipulação, principalmente quando a própria escola apresenta apenas uma visão única e fechada do tema, sem permitir debate, contraponto ou questionamento. O aluno não está sendo convidado a refletir - está sendo induzido a repetir o erro.
Esse tipo de conteúdo desrespeita o desenvolvimento cognitivo e crítico do estudante. Exigir que um adolescente do 9º ano defenda um ponto de vista político mascarado de “científico” é abusar da autoridade pedagógica e violar o direito à formação plural.
Este caso não é apenas uma questão escolar. É uma denúncia urgente: a cartilha ideológica alinhada à ONU, à OMS e à Agenda 2030 está sendo usada como ferramenta de manipulação política, submetendo crianças a um processo de engenharia social e lavagem cerebral dentro da sala de aula.
Pais, responsáveis e sociedade devem ter plena consciência de que, ao permitir que uma única narrativa ocupe a sala de aula, não se está apenas ensinando conteúdos, mas moldando consciências.
Quando adolescentes ainda em formação recebem temas de alta carga ideológica sem espaço para contrapontos, não se promove pensamento crítico, mas se constrói um eco de verdades impostas.
É nesse silêncio de alternativas que se forja a mente submissa e se perde a liberdade de pensar.