O Brasil atravessa um dos capítulos mais sombrios da sua democracia. Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal, deixou de atuar como um magistrado imparcial e passou a agir como um verdadeiro carrasco político.
Sua conduta, marcada por decisões unilaterais, perseguições sistemáticas e um desprezo alarmante pelas garantias individuais, começa a assumir contornos de uma verdadeira psicose autoritária.
Nos últimos dias, Moraes voltou a chocar o país. Mandou prender duas senhoras idosas, sem antecedentes criminais, sob a justificativa de envolvimento em “atos antidemocráticos”.
As imagens de mulheres com mais de 70 anos sendo algemadas e conduzidas por agentes federais como se fossem criminosas perigosas viralizaram nas redes e provocaram indignação. É o Estado policialesco em sua forma mais cruel e desumana.
Mas esses não são fatos isolados. Moraes acumula uma série de decisões consideradas exageradas e incompatíveis com a Constituição. Em 2023, mandou prender o cantor Sérgio Reis e o caminhoneiro Zé Trovão apenas por discursos.
Ordenou o bloqueio de contas bancárias de empresários com base em conversas privadas de WhatsApp. Mandou invadir residências, apreender celulares e computadores, e até suspender perfis de redes sociais de jornalistas e influenciadores conservadores — tudo sem o devido processo legal e sem direito à ampla defesa.
Em outro episódio polêmico, determinou a retenção do passaporte de figuras públicas sem condenação, além de impor multas milionárias por opiniões ou atos simbólicos.
Parlamentares eleitos como Daniel Silveira e o deputado Nikolas Ferreira foram alvos de medidas claramente desproporcionais. Em nome do “combate à desinformação”, Moraes atropela sistematicamente o direito à liberdade de expressão, à livre manifestação e à imunidade parlamentar.
Não bastasse, sua atuação nos inquéritos das “fake news” e dos “atos antidemocráticos” reúne juiz, acusador e investigador numa única figura. Um modelo inquisitório inaceitável em qualquer democracia moderna.
A pergunta que se impõe é: até onde isso vai? Até onde um homem, sem voto, sem controle e sem limites, poderá reescrever sozinho as regras do jogo democrático?
fonte: É O MUNDO